26 janeiro 2013

O Serafim É Assim




Chocolates, amêndoas, rebuçados, bolos e bolinhós; crepes, pudins, nougats de amendoins, farófias ou filhós… só escondidos, senão… senão lá ia o Serafim logo meter a mão.
– “Desta idade em que estou nunca o doce me amargou!” – era sempre o seu refrão.
– Serafim, não mexas aqui! – avisava-o a mãe quando acabava de fazer o pudim.
Ah, pois não! À tarde, quando quase chegavam as visitas para um lanche, já lá faltava um quinhão.
– Serafiiiiimm!!... – clamava ela –, agora vou pôr na mesa isto assim? Que vergonha! Isto não se faz!... mas quando é que tu aprendes, rapaz?!... Tenho agora que me desenrascar com a lata das bolachas… ai, não!... – aflição! – também ela já vai a meio… e agora? Maldita hora!... Oh, Serafim, mas será que eu falo latim?!

16 comentários:

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

estou a sorrir e a imaginar a cara da mãe do Serafim.

a imagem faz crescer água na boca.

beijo

helia disse...

Como podia o Serafim resitir a tanta guloseima ? Nem os adultos conseguem !

Ailime disse...

Olá Fá, como é reconfortante lê-la! Além da sua excelente escrita o tema que narra fez-me sorrir, porque me transporta a tempos em que situações como esta aconteciam. (Não era eu não:)), era um das minhas manas). Beijinhos e bom domingo. Ailime

poetaeusou . . . disse...

*
Serafim,
tira a mão do pudim . . .
,
esta é nova,
(com barbas)
,
doces conchinhas,
deixo,
*

vieira calado disse...

Pois cá comigo também seria latim!
Sou cá um guloso!...
Beijinho para si!

Ana Tapadas disse...

Ai que bom, que bom! (O relato e as coisinhas boas) Como resistir?!

Beijinho

Emília Pinto disse...

Quantas vezes ouvi isso em criança??? Muitas! Era uma época difícil em que nas aldeias só existiam algumas poucas mercearias. Quando vinha uma visita era preciso que houvesse pelo menos umas bolachas. Mas...quantas vezes elas já não estavam na lata? E lá ia a mãe, aflita pedir-nos que um de nós( eu ou o meu irmão ) corresse à mercearia pegar mais bolachas. Naquela hora não havia tempo para ralhetes; estes vinham depois... Beijinhos, Fá e obrigada por me teres feito voltar ao meu tempo de criança lá na aldeia onde nasci. Um beijinho e boa noite
Emília

Nilson Barcelli disse...

Há muitos Serafins...
Beijo, querida amiga.

O Árabe disse...

Caramba, como come o Serafim! Será que essa voracidade não tem fim? :) Boa semana!

Vanuza Pantaleão disse...

Todos nós já tivemos os nossos momentos de Serafins...valeu, Fa!
Um delicioso fim de semana!!!

. intemporal . disse...

.

.

. o doce . tão doce . sempre e.terno . e nunca amarga .

.

. a língua é a visão . à qual não resistimos . ir.remediavel.mente .

.

. um beijo meu . um bom domingo .

.

.

Jaime Portela disse...

O Serafim era igual a mim...
Este post já tem anos, mas pelo que percebi "refrescaste" a data... ainda bem.
Beijo, querida amiga Fá.

vieira calado disse...

Fez-me lembrar o meu avô João, que era muito guloso (e eu saí a ele...)

Tinha muito por hábito repetir: o doce nunca amargou!

Bom fim de semana!

Ulisses de Carvalho disse...

compreendo o Serafim! :)

By Me disse...

O que é proibido é mais apetecido , dizem eles. Quantos mais nãos, pior se torna, será melhor usar outra linguagem ! O rapaz tem muitas carências afetivas. O distanciamento social , imperativo dos especialistas, acentua ainda mais essas carências!
Uma semana preenchida de carinho, ternura, beijinhos, abraços, palavras doces, gestos calmos .
Anda muita gente como os queijos…vazios por preencher! Eu também tenho os meus!
Da minha parte, um beijinho amigo.

MARILENE disse...

Tive que rir, Fá! Muito bom seu conto. Assim são as crianças!!! Bjs.

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