Há um trilho pedestre, que às vezes me recolhe os passos ao cair da tarde, entrecortado, de longe a longe, de carreiros de formigas e ladeado de rãs a coaxar. Atravessam-no, aqui e ali, nuvens de mosquitos, a dançar em frenesins ao ritmo das águas nos pés de arroz. No rio saltam, uma ou outra vez, papa-cavalos ou, talvez, (também) sapos, não sei, apenas ouço de relance, não vejo. Ao extenso verde acorrem os patos, as garças e as cegonhas das redondezas à procura de alimento. No leito das valas, que as andorinhas rasam a beijar, dormem barcas cansadas de árdua labuta.
Aventuro-me em incursões pelas marachas sem bem saber a sua desembocadura: se em terra firme, se no meio do verde encharcado de prata. De repente um pombo levanta voo do carreiro, perdido do bando, desorientado pelo imenso reflexo manso. Levanto os olhos, também em voo, para de seguida os debruçar sobre os pés que acabam de resvalar para a cor deste desenho que não me canso de mirar.