31 julho 2012

Um Arco-íris na Bruma



"...das ilhas de brumas
Onde as gaivotas vão beijar a terra"

Ele veio. Deslizou silenciosamente de entre a bruma e ancorou os pés na ilha. Cingiu-a num abraço apertado, trazendo um rio de sol e o céu como aliado, sabendo-a sequiosa de si como se o mar lhe segredasse as saudades. E durou. E dourou. Brilhou e rebrilhou enquanto lhe foram saltando as moedas de ouro de dentro do pote, até lhe doerem as mãos de tanto as lançar ao ar, até lhe arderem os olhos de mil cores projectadas, até lhe cansarem os pés na terra azul soletrando o mar.
Entre terra e mar, um arco-íris. Um gesto terno pousado. Um beijo dado. E eu encolhi-me nessa imensidão, recolhi-me nesse afecto, acolhi-me a essa paz, sabor doce quase vertigem, quase montanha… Quase infinito.