08 outubro 2012

Sorriso



Uma janela, aberta de par em par, por onde a alma se escapa. Por vezes timidamente; outras, à descarada. Uns dias, só uma fresta; outros, escancarada. E a alma passa: tantas vezes receosa; outras, alma penada; vermelha, cor-de-rosa, amarela, esverdeada; com sonho ou acordada. Uns dias, de noite escura; outros, de madrugada; outros, ainda, à dependura do sol, que sobe no horizonte, levando pelo caminho os outros até à fonte.

Sem cortinas e com elas: passa calor, passa luar, frescura à luz de velas; ternura, aconchego, carinho; humor, vida, atenção; zombaria, alegria; uma seta que se espeta no centro do coração.

Pertinente, inconveniente, um raiar de sentimento. Às vezes, um diz que diz; outras vezes por um triz um ar de graça que passa, sem jeito, com jeito, a preceito, por tudo e por nada. E outras vezes, contudo, com tudo e sem nada.