O sol nunca nasce para todos.
Não nasce para as crianças negligenciadas, maltratadas, esfomeadas de pão e de amor. Exploradas, traficadas, abusadas, abandonadas, abortadas. Não nasce para os idosos abandonados, roubados, maltratados, violentados. Para os pobres cada vez mais explorados, mais vilipendiados.
Há porcarias de vida deitadas num quarto escuro. Outras amontoadas num canto sombrio no fundo do quintal. Há delas esquecidas num fosso profundo, sem verem a luz do dia, nem qualquer claridade da noite.
Há mal que espreita, ronda, cerca, atola. Há mal a fazer das suas, mergulhando em amargura tantas mulheres inocentes que, depois de tanto tempo e lutas, continuam a ser oprimidas, exploradas, abusadas… traficadas. Há porcarias de vida deitadas num quarto escuro. E muitas são imundícies de quem chafurda num chiqueiro chique. Quando é a irracionalidade que comanda, todos os sonhos se esfumam, se asfixiam, transviados, mutilados, nas voltas de uma corrente, que prende, aperta, sufoca.
Quando chega uma desgraça, traz sempre companhia: vem sempre carregada com uma mala de roupa suja. É álcool; é droga; é violência. Conflitos geracionais. Violência nas escolas, violência doméstica… Corrupção; traições. Crimes contra a humanidade, contra a integridade física e emocional do homem. Tudo chagas sociais. Em putrefacção. Lixo. E há muito verme que se sustenta de toda essa sujeira. E que, por isso, tudo faz para que esta se mantenha; até para que se estenda como uma epidemia.
Não nasce para as crianças negligenciadas, maltratadas, esfomeadas de pão e de amor. Exploradas, traficadas, abusadas, abandonadas, abortadas. Não nasce para os idosos abandonados, roubados, maltratados, violentados. Para os pobres cada vez mais explorados, mais vilipendiados.
Há porcarias de vida deitadas num quarto escuro. Outras amontoadas num canto sombrio no fundo do quintal. Há delas esquecidas num fosso profundo, sem verem a luz do dia, nem qualquer claridade da noite.
Há mal que espreita, ronda, cerca, atola. Há mal a fazer das suas, mergulhando em amargura tantas mulheres inocentes que, depois de tanto tempo e lutas, continuam a ser oprimidas, exploradas, abusadas… traficadas. Há porcarias de vida deitadas num quarto escuro. E muitas são imundícies de quem chafurda num chiqueiro chique. Quando é a irracionalidade que comanda, todos os sonhos se esfumam, se asfixiam, transviados, mutilados, nas voltas de uma corrente, que prende, aperta, sufoca.
Quando chega uma desgraça, traz sempre companhia: vem sempre carregada com uma mala de roupa suja. É álcool; é droga; é violência. Conflitos geracionais. Violência nas escolas, violência doméstica… Corrupção; traições. Crimes contra a humanidade, contra a integridade física e emocional do homem. Tudo chagas sociais. Em putrefacção. Lixo. E há muito verme que se sustenta de toda essa sujeira. E que, por isso, tudo faz para que esta se mantenha; até para que se estenda como uma epidemia.
É preciso tirar do sono a natureza, agitar o sol, abanar as estrelas, gritar ao vento: que há gente a apodrecer. Têm de se fazer ouvir gritos de palavras sonantes, chocantes, bramindo como chicotes, que estalem e façam doer. É preciso um verbo forte, para ver se o mundo acorda desta cultura de morte. Não tem coração quem explora, rouba, viola, mutila e assassina um outro igual a si; ou mais frágil; ou a que tem o dever de cuidar. Onde mora o espírito de fraternidade, que promove a liberdade e a igualdade de direitos e de dignidade de todos os seres humanos? É preciso gritar!
Mas muitos dos gritos acabam por secar em gargantas cortadas. Afogam-se vozes amordaçadas. Voam pensamentos em calabouços de lamentos. Quedam-se, sem forças, as mãos. E os pés pesam no chão. E são braços que não abraçam o mundo. Pernas que vestem cansaços. Danças diárias de agitação, de confusão, de medo, de solidão, de minutos contados, esmagados. Tropeços em arame farpado. Bocados de lua mastigados para calar a fome. Retalhos de aflição. Pedaços de ilusão. Aparências. Fingimento. Mas mesmo que se finja, nunca se finge bem. Só mal. Tanto mal. Tanta maldade. Tanta dor. Tanto desamor. Há um lado de fora do mundo, em que o nevoeiro está sempre denso. O sol nunca nasce para todos.
(M. Fa. R. - 19.04.2009)
Olá Fa;
ResponderEliminarCompreendo a tua revolta, e apreciei imenso esta tua crónica que reclama justiça para as crianças maltratadas.
Mas acredita que muitas delas, terão oportunidade de mudarem o Mundo porque este Planeta lhes pertence.
E quando esse dia chegar, nunca o Sol terá tanto brilho nem as crianças tanto calor e amor como a partir desse momento.
Por acreditar, é que sempre fui um grande defensor da vida...
bjs, Fa.
Osvaldo
Caríssima,
ResponderEliminar...o que é o sol?...que são as nuvens que o tapam?...Porque ou somos capazes de inventar sois e dissipar nuvens ou jamais...porque ou somos nós a aquecer os que têm frio ou para alguns será sempre noite...
Talvez eu não seja o Sol, o tal que quando nasce o deveria ser para todos, mas talvez possa ser o luar...o reflexo da sua luz para muitos...
Um Abraço
Querida,
ResponderEliminarQue grande texto, e que grande chamada de atençao, para aquilo que tantas vezes nao queremos ver... Nao mascaremos a realidade!!
Parabens pela força e pela coragem!É tudo isto que te torna tão especial.
Beijinho grande
CA
Ola Fá!
ResponderEliminarCompartilho com seu pensamento com um porem, não posso reclamar por justiça porque me sento responsável pelas modificações que desejo por estas crianças. Não me iludo em transformar tudo, mas tudo o que posso. O que me deixa muito otimista é perceber que existem missioneiros espalhado por este universo, desejado um.
"Sol Maior tocada em nona acima"
Sempre importante falar para não serem esquecidas.
Uma bela semana a vc Fa.
Bjinhos
Tens muita razão o sol não nasce para todos, e o que mais assusta são seres iguais que maltratam os seus irmãos,mas também existem pessoas de coração bom que tentam lutar pelo bem
ResponderEliminarbeijinhos
Deixa-me discordar de ti...
ResponderEliminarÉ que o Sol nasce mesmo para todos... até para os cegos que não querem ver.
Beijo.
*
ResponderEliminare há quem esconda o sol,
com uma peneira . . .
e a plebe não o(os) perscruta,
,
brisas solares, envio,
,
*
Eu, cada vez mais, continuo a achar que o sol de muitos é apenas uma lâmpada fluorescente com o arrancador avariado...
ResponderEliminarObrigada pelos vossos contributos.
Querida Amiga Fa menor,
ResponderEliminarEste seu texto requereria uma resposta ou um comentário que não cabem no âmbito dum blogue.
Basta dizer que os ricos até a miséria põem a render. São abutres implacáveis sem ética nem moral.
Depende de muitas razões as situações miseráveis que relata.
Se pretender aprofundar estas questões, diga, porque talvez por email possamos trocar ideias.
Um abraço
José António
...sem palavras. um grande abraço
ResponderEliminarSave the children!!!
Querida amiga,
ResponderEliminarsabe, meus filhos, principalmente o mais velho, sempre diz que o sol brilha muito mais para uns que para outros. Eu, como mãe, sempre digo a eles, que não. Digo isso, mas sabendo que ele tem toda razão. Só não queria, nem quero que eles criem uma revolta interna.
Mas posso de dizer com certeza, que o sol não brilha para muitos. Incluindo a mim e meus filhos.Você, que sempre vista meu blog, sabe um das dificuldades e lutas que sempre passamos.
Seu texto´é incrível! Verdadeiro e profundo.
Parabéns, amiga!
Beijinho, Deus esteja com você.
Uma reflexão que devia invadir a mente de muita gente e picar a consciência a sério! Mas não pica, não entra, passa ao lado. É uma grave e enorme crise de valores, sem fim à vista...As pessoas não se entendem. Não se escutam, não se toleram , não se respeitam. E, como sempre nesta corrida de loucos, porque é tudo feito a uma velocidade estonteante, quem perde mais são sempre os mais frágeis e os mais carenciados... há uma teia montada, uma teia impiedosa e destrutiva. Mesmo entre os mais simples, acontecem situações que fazem parar para pensar! Que raio é isto?! É muita gente, uma corrente muito pesada de cabeças!a corrente saiu dos limites, é um desgoverno, descontrolo! Nesta falta de controlo tremenda, acontecem atropelos, pontapés, vinganças ferozes. E depois, um sentido de impunidade muito grande, uma desresponsabilidade coletiva. E, insisto na mesma tecla, tanta gente sem cuidar da saúde mental!
ResponderEliminarO sol nasce para todos, nem todos estão para o sol, como não estão para a sorte. Tudo isto tornou-se um processo muito complexo ! Se queremos um exemplo bem perto de nós? ; o caso Cristiano Ronaldo!
Gostei muito de te ler. As injustiças e afins também mexem comigo!
Bom domingo.
Um texto, que permanece com uma actualidade incrível!...
ResponderEliminarAcho que também haverá uma lado de dentro do mundo, em que o nevoeiro está sempre denso! As pessoas já se habituaram a conviver com as desgraças... ao acordar... à hora das refeições... nas notícias que nos chegam por qualquer forma e meio... e continuam anestesiadas na sua indiferença... e apenas focadas na sua própria bolha... o mal dos outros... está sempre longe... até lhes bater à sua própria porta... até lá... vão fingindo que está tudo bem... no seu mundo perfeito... mais um sorriso... mais uma selfie... mais um dia perfeito... e tudo está bem... num mundo que só parece bem... e continuam a respirar indiferença... pelo menos, até que um vírus qualquer as atinja... nos dias que correm... e adoeçam de corpo... porque de espírito... já há muito o estarão!...
Um texto absolutamente notável, Fá!... E um tremendo grito de revolta!... Infelizmente, as consciências da grande maioria... permanecem convictamente adormecidas...
Um beijinho grande! Feliz domingo! Vou finalmente passar pelo seu blogue de fotografias, que já faz o maior tempão, que não passo por lá... mil afazeres... saúde de mãe, de vez em quando a pregar-me ora uns sustos, ora umas partidas... e uma inacção, de que ainda não recuperei totalmente... de uma estranha gripe... que me durou mais de 3 semanas... e de que não sou caso único... estive a falar hoje com um casal amigo... estiveram nas mesmas circunstâncias...
Enfim!... É a fruta da época... depois de haver uma vacina para uma estirpe... inventa-se outra bacteriazinha para sustentar as industrias do mundo...
Ana
Uma crônica que grita contra tantas questões sociais, tantas injustiça, tantos privilégios de uns e nada para outros. Boa semana.
ResponderEliminarUna triste cruda realidad el peor de los males no solo es el miedo y la maldad sino la indiferencia Te mando un beso
ResponderEliminarBoa noite outonal, querida amiga Fá!
ResponderEliminarMuito dura a desigualdade reinante.
Impossível ser totalmente feliz com tanto disparate ao nosso redor.
Em crianças, parte nosso coração de tanta dor, seres que não pediram para nascer.
Um texto de muita matéria para reflexão, querida.
Tenha dias abençoados e aconchegantes!
Beijinhos com carinho de gratidão
Um texto denso como denso é o mundo que fomos construindo à mercê de pensarmos no nosso umbigo, apenas. Um texto que traduz inúmeras realidades, as quais, necessitam de um olhar atento e de uma atenção/atuação urgente. Para quando, pergunto eu?
ResponderEliminarUm beijo meu.