03 novembro 2010

(S)Em Dor

Procurei e encontrei a cura para a dor. E cheguei até à cura pelo coração: o coração não dói. Está provado cientificamente que o coração não dói. Sente dor mas não dói. O que dói é o que o envolve. Por isso a dor é nervosa. E psicológica: passa pelo pensamento. A dor é nervoso-psicológica: os nervos levam-na ao cérebro – ao pensamento. Pensar na dor faz doer. Há, por isso, dores do cérebro, não do coração – o coração não pensa. Não pensa: não dói. Só sente dor, mas não dói. Dói o que pensa. E o que pensa é o cérebro. É, então, o cérebro que dói. Ora, se as dores são do cérebro, e se se procura a cura para a dor, essa cura passa pelo cérebro. Nada mais fácil de curar: tira-se a dor do cérebro! Como? Tira-se o cérebro. Sem coração não se vive, que é o órgão vital do corpo. Mas pode bem viver-se sem cérebro(!). E, assim, jamais haverá dor. Só com o coração no comando poder-se-á viver. E como o coração não dói, nada mais em nós poderá doer. 
 (M. Fa. R. – 2010-07-09)

16 comentários:

  1. Quando nada doer, já não há razões para viver...

    beijo :)

    ResponderEliminar
  2. Bem... vamos dando de comer á dor senão morre-se.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  3. *
    como te compreendo,
    como estou contigo !
    ,
    conchinhas,
    ,
    *

    ResponderEliminar
  4. Ai, amiga musical...
    tenho muita vez dor no coração
    não, não bem no coração
    é na alma que me dói
    que habita o meu ser
    dá voltas pelo cérebro para se conhecer
    e volta ao coração para se envolver...
    ai, menina musical...
    ficaste por mim,
    na mesma
    sem nada entender?!!!:)
    Mas acredita, sim...
    sei que dentro d`ele
    existe o dom de saber viver!:)

    tem um restinho de domingo feliz
    eu vou ver que meu coração me diz :)

    Beijinhos com alma de carinhos

    ResponderEliminar
  5. Estou plenamente de acordo.
    Sou muito pragmática, racional, por isso consigo entender o que aqui está dito.
    Mas...também muito piegas, tenho uma sensibilidade à flôr da pele e comovo-me com tudo.
    É uma dualidade que nem eu própria me entendo!
    bjs.
    Mer

    ResponderEliminar
  6. A imagem é chocante. E o texto é ótimo! :) Boa semana, amiga.

    ResponderEliminar
  7. É verdade, Fa!
    O coração não dói, cientificamente falando, mas ele é o símbolo do sentimento, ele é o centro máximo dos nossos pesares e a vida passa por ele como todo o nosso sangue. O cérebro "grita", mas o coração se ressente mudo, calado.
    Adorei!!!

    ResponderEliminar
  8. Segui o teu conselho: retirei o cérebro.
    Mas olho para o amontoado de letras e não percebo o que ecreveste...
    Querida amiga, boa semana.
    Beijos.

    ResponderEliminar
  9. Não dói...

    mas há coisas que doem ao coração...

    Beijinos

    ResponderEliminar
  10. Tem chá verde com torta de limão e presente pra vc
    Embrulhados com coração.
    Bjinhos.

    ResponderEliminar
  11. Olá Fa

    Acho que te compreendo; o coração não tem dor, mas o cérebro
    sim. (psicologicamente falando)
    Acho também que existem dois tipos de dor; a dor do pensar e a dor do não pensar. Se pensarmos doí (e no estado em que o país está). Se não pensarmos até faz faísca... :-)
    Impõem-se então a pergunta. Podemos viver sem pensar?
    Podemos a não é a mesma coisa. :-)

    Bjinhos

    José

    ResponderEliminar
  12. Se pedirmos a uma criança que não pense num elefante azul, será uma antítese, porque quando nos dizem para não pensar em algo, aí é que esse «algo» não nos sai da cabeça. Dito isto, não devemos comunicar ao nosso cérebro que não pense, que não sinta dor, porque aí os nervos vão sempre buscar de novo a dor, nem que seja a memória dela, que pode doer também. Ora, a solução passa pela ocupação, pela substituição da dor e do pensamento da dor por acções e pensamentos diferentes, de forma a que não sobre tanto espaço para a latência de uma melancolia que acaba adormecida.

    Já F. Pessoa dizia, «se o coração pensasse, morria»
    mente mais a mente que um coração descontente.

    Fá, finalmente conheci este cantinho, e gostei muito.
    Agradeço o comentário (http://texto-al.blogspot.com/2010/06/laconismos-poema-inedito-de-gavine.html) já de longa data.

    Uma vénia
    longa vida à poesia,

    Gavine rubro
    www.celularubra.blogspot.com

    ResponderEliminar
  13. Gavine,
    obrigada pela visita e bela opinião.
    Realmente, quando temos uma dor (principalmente daquelas do coração, ou melhor, da alma) o remédio passará por não ocupar o pensamento com isso, substituir esses pensamentos por outras coisas que dêem prazer pensar e fazer.

    :)

    ResponderEliminar
  14. Belo texto, Fá! A dor faz parte da vida, independente de onde venha. Aquelas que brotam da sensibilidade são as que mais nos afetam. Grande beijo!

    ResponderEliminar
  15. Tema muito bem escrito a pedir uma enorme reflexão sobre o seu contexto
    .
    Votos de um Natal muito Feliz. Se possível junto da família e de quem estiver em seu coração

    BOAS FESTAS

    ResponderEliminar
  16. É exatamente isso, o coração dói quando funciona mal, como qualquer outro órgão. É no cérebro que está o comando de tudo ou quase tudo. A parte emocional também... quando estamos menos bem, psicologicamente, o corpo também paga! Somos um todo, corpo e mente. Se tratamos o corpo, devemos tratar igualmente a mente! Ainda existe muito preconceito em torno desta questão. O homem prefere enfrascar-se de químicos para todas as dores e o caminho muitas vezes não tem, nem deve de passar por aí!

    Beijinhos

    ResponderEliminar

«a vida, a meu ver, é polarizada entre a prosa – ou seja, as coisas que fazemos por obrigação, que não nos interessam, para sobreviver – e a poesia – o que nos faz florescer, o que nos faz amar, comunicar. E é isso que é importante.»
(Edgar Morin)
.
Leia pf: Indicações sobre os Comentários