20 setembro 2024

Sem mão



Não era o lugar nem o momento ideais nem oportunos. Talvez por isso. E o proibido é o mais apetecido. Aula de História Social. Um letreiro (convite a loucuras inconfessáveis): multas para quem fosse apanhado com:
“ (…) 2.º – Mão naquilo (15$00); 3.º – Aquilo na mão (30$00); (…) ”
Sorriram-se, sentados na última fila.
Ele lembrou-se daquela anedota do filho do maquinista: “O quê?... primeira classe e os bancos são de pau?”. Realmente… não dava jeito nenhum… Ainda assim, o mundo parava ali.
Olhou-a, como quem não sabe o que quer… mas querendo. Olhou-o, como quem não sabe o que faz… mas fazendo. Olharam-se, como quem não sabe nada de nada, mas sabendo bem. O desejo começava a ser forte!… Um botão. Não!... Sim, dizem os olhos. Bolas!… aqui não!... Sim… Aquela mão irradiava centelhas de calor que o trespassava até à medula. Sentiu um arrepio profundo a inundá-lo. Céus! A carícia tinha ido longe demais. Não conseguindo aguentar começou por deslizar também, disfarçadamente, a sua mão pelo braço da sua amada… pela perna, até ao joelho… depois para cima, lentamente, saia adentro…
De olhos fechados, saboreou com sofreguidão a embriaguez que se apoderava dele.
— Humm… Oh!... ... ... Raios parta o sonho!...
Estendeu o braço e encontrou-a. Subiu-lhe a mão, quente, por debaixo da camisola e alcançou-lhe o mamilo…
Ainda bem que ela estava ali, mesmo à mão de semear…

16 comentários:

  1. O desejo continua a ser lindo... de parte a parte!

    ResponderEliminar
  2. Sonho ou realidade? para o caso pouco importa...está lindo!
    Bjs

    ResponderEliminar
  3. O teu post é desconcertante.
    De costumes antigos passas para costumes sonhados e destes para costumes de semear... eheheh... mas gostei imenso.
    Beijo, querida amiga.

    ResponderEliminar
  4. pois é, não há lei que pare os sonhos... nem a vontade...

    ResponderEliminar
  5. Quando o desejo está à mão de semear

    mais que a ternura das palavras
    o gesto

    ResponderEliminar
  6. Sexo com amor... a melhor forma de o viver! Bom resto de semana, amiga.

    ResponderEliminar
  7. Já conhecia a pérola...
    Enfim... coisas doutros tempos!

    Bjsss

    ResponderEliminar
  8. O que é proibido é apetecido! Gostei !

    Beijo

    ResponderEliminar
  9. apraz-me ainda mais o gosto por trás do beijo, cerne-âmago-maxilar que firma o desejo.

    ResponderEliminar
  10. O fruto proibido... continua apetecido, ao longo dos tempos...
    Encantador e sedutor este texto... num mix perfeito!
    Gostei imenso, Fá! Beijinhos
    Ana

    ResponderEliminar
  11. Me ha Encantado.

    Besos.

    ResponderEliminar
  12. .




    Aconteceu na inauguração do cinema drive in da Barra,
    no Rio. Eu, que estava cansado de ficar socado dentro de
    casa, resolvi ir até lá. Arrisquei convidar minha vizinha,
    aquela, que mora sozinha e choraminga no banheiro com um
    cara sussurrando ao pé do seu ouvido por não se darem conta
    que possam ouvi-los.
    E lá fomos estrada afora. Quando a perna encostando não
    era a minha encostando na dela, mas a dela encostando
    na minha.
    Enquanto rolava qualquer coisa mais quente, na tela lá fora,
    aqui dentro a fumaça subia. De repente, assim do nada, u'a
    mão segurou a minha enquanto uma voz macia lambia meu
    ouvido: – não senhor, mão suja aqui?, jamais!
    Acendi o pisca-alerta e corri à lavá-las.
    – Pronto, garanto que agora estão limpas e até posso te
    garantir que lavei a boca também, inclusive com água e sabão.
    O filme lá fora não foi lá grande coisa, mas as cenas aqui
    dentro do carro...
    Fá, meu amor. Um beijoooooo!!!


    .

    ResponderEliminar
  13. ri muito aqui...Adorei! Valeu! beijos, tudo de bom,chica

    ResponderEliminar
  14. Sonhos são desvelamentos do inconsciente. Bom conto. bjs

    ResponderEliminar
  15. Lindo sueño que sensual y dulce. Te mando un beso

    ResponderEliminar
  16. Os sonhos sao o nosso subsconscoente retalhado e dissevado
    Gostei

    ResponderEliminar

«a vida, a meu ver, é polarizada entre a prosa – ou seja, as coisas que fazemos por obrigação, que não nos interessam, para sobreviver – e a poesia – o que nos faz florescer, o que nos faz amar, comunicar. E é isso que é importante.»
(Edgar Morin)
.
Leia pf: Indicações sobre os Comentários