Há poeira no ar. No chão da rua. Nas escadas de cimento velho que levam ao primeiro andar...
Infiltra-se nas casas através das frinchas, e vai até ao mais recôndito da alma – um outro patamar.
Quando chove pode enfim remover-se a poeira que se tinha acumulado e tornado eira, esteira, ladeira íngreme e pestilenta, escorregadia. A chuva refresca, lava e depura a macilenta agrura em que se tornou o dia-a-dia de poeira-eira-esteira-ladeira.
Mas há poeira a formar-se continuamente no mesmo lugar.
E quando chove dias a fio, num tempo em que se esperava estio, a poeira-eira-esteira-ladeira engole-se à mesa da cozinha defumada, como se broa bolorenta fora manjar.
Por vezes é preciso deixar a poeira assentar. E depois a chuva cair. E regar. Lavar. Escorrer. Até parar.
Mas como tantas vezes isso tarda em acontecer!
Admiravel, como a Senhora escreve um texto tão lindo e fluente .Além disso usando um vocabulário que é muito estudioso para mim.
ResponderEliminarAbraço
Sim, um texto inteligente, melódico, interessante. Adorei!
ResponderEliminarBeijinho e bfs
Sim, por vezes é necessário deixar a poeira assentar!
ResponderEliminarGostei muito da prosa poética.
Bj
Gosto muito desta "Poeira" escrita, que a meu humilde ver condensa de fina forma literária o contínuo e, no limite, dilemático acumular de poeira desta nossa existência!
ResponderEliminarBeijos, com votos de excelente semana
VB
ResponderEliminarOlá, Fá
A chuva na sua missão benfazeja traz-nos frescura e lava e alimenta as nossas almas sedentas de paz.
Bj
Olinda
Lindooo texto.AMEI!
ResponderEliminarÉ preciso deixar a poeira assentar e depois lavar, lavar, até que tudo fique a brilhar.
Gosto de poesia, mas também amo a prosa e este texto tocou-me muito.
Obrigada.Beijinhos.
Um texto muito bem imaginado, Fá!...
ResponderEliminarHoje passei por aqui, para conhecer este cantinho, que adorei descobrir! E apreciar o seu talento para a escrita!...
Parabéns! Adorei!
Beijinhos! Boa semana!
Ana
Fá,
ResponderEliminarGostei demais desta "prosa poética". Muita musicalidade, ritmo. E da poesia saindo dos poros de cada palavra. sobretudo da maturidade de "cada palavra exposta".
Beijinhos,
Que texto fantástico... Deixa-nos a divagar nos pensamentos.
ResponderEliminarMuito obrigada por partilhar
Beijinho
Pois é....Por vezes é preciso.
ResponderEliminarpalavras cheias que entram dentro de nós e fazem ninho junto da alma . Adorei esta Poeira
brisas doces *****
Querida amiga,
ResponderEliminarseu texto tem uma beleza e delicadeza que me encantou.
Por vezes, é preciso agir como a natureza. Esperar a que venha a chuva para lavar a terra seca e fazer brotar vida nova.
Beijos, parabéns pelo dom tão belo de sua escrita.
Até senti sufoco com tanta poeira... Srrssssss...
ResponderEliminarO belo texto poético reporta-me a um lugar de
clima desértico...
Beijinhos, Fá.
~~~~~
Texto lindíssimo de ler. Elogio e aplaudo a forma que usa no trocadilho das palavras. Muito bom
ResponderEliminarFeliz fim de semana.
Olá, Fá!
ResponderEliminarVim, parei e senti-me bem. A prosa é maturada como quem espera que a poeira assente e a palavra se solte cristalina.
Voltarei.
Beijos.
para lavar a alma e ela se expandir possibilitando que haja mais mundo dentro de si! um beijo.
ResponderEliminarNeste caso é uma Poeira invasiva
ResponderEliminar😊
Ainda bem que já se foi embora
Tienes razón a veces acumulamos demasiado lastre que es necesario limpiar...
ResponderEliminarAbrazo