02 julho 2014

Longe do mundo



Primeiro era a bruma. Depois um pingo, mais outro pingo, seguidos de outros pingos e mais pingos: uma chuva miudinha caindo levemente no terraço.
Além, num murmúrio cativante, por detrás das rochas, o mar a perder-se no horizonte, a prender-se nos olhos, a impregnar-se nos sentidos… a evolar-se na imensidão.
Tudo é mar: a neblina; a chuva; a manhã morna e peganhenta. A imensidão longe do mundo.

25 abril 2014

Papoilas



Papoila

Sangue na face
Lume no olhar
O eco de um grito no vento

E histórias para contar...
Nem todas rúbeas
De morrer de amor
Tantas de desfolhar
Sem cor

As papoilas são flores capazes de crescer numa terra queimada.

Papoilas seremos, de lume e sangue!


05 fevereiro 2014

Dias... e dias

Há dias chuvosos, intensos, tão cheios de tudo, que prendem o ar.
Há dias de chuva, regados, salgados, que sabem a mar.
Há dias em que o odor do sal se mistura com o sabor da dor.
Há dias em que as cores da terra e do céu se fundem na carne,
Se evolam em prece, se colam ao respirar.
Há dias assim.
Chuvosos,
Intensos,
Molhados,
Rasgados.

Assim me têm sido dias… e dias
Assentados.

Tudo isso…
E abençoados.

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