19 dezembro 2024

É Natal


Paz e Amor
Saúde, Felicidade e Alegria
Deseja-se a todos nestes dias
Pois despontou a aurora na noite
Nas trevas brilhou uma Luz
Para nos apontar o caminho
Rompeu as sombras do mal
Da Virgem nasceu Jesus
Num presépio pobrezinho
Desceu para nós – é Natal! 

Respondendo ao 4º Encontro Temático de Juvenal Nunes - Um Poema de Natal

Publicado originalmente em 24/12/2010 em Nuvens de Orvalho (apagado), como resposta ao desafio de  Fábrica de Letras, Desafio de Dezembro
com Adenda em 31. 12. 2010
Sai um ano e entra outro
Para muitos de modo banal
Mas cresça um ano de luz
Que em todo o ano Natal!

Boas e Santas Festas Natalícias para todos,
repletas dos dons e bênçãos de Jesus, Deus Menino!

13 dezembro 2024

A Potes


Um pote: metade barro do fundo à barriga; metade verde vidrado da barriga à boca. Pequeno. Em cima da mesa, no tampo de vidro. 
Outro pote: grande – do lado de fora do vitral. Escorre-lhe o amarelo vidrado sobre o branco barro. 

Para lá das arcadas, no cimo da montanha – lá ao longe – tomba a bruma ao encontro do verde das pastagens, por detrás do barro das telhas nos telhados – menos longe – parcialmente encobertos por outros verdes que se desdobram em vários tons de ramagens. Espessas. Compactas. Mais perto. Mas, por sua vez, outros barros de telhados se lhes sobrepõem – ainda mais perto – espreitando outros verdes, esguios de caniços e de folhas laminadas de palmeiras, oscilando na brisa – tão perto – no jardim verde de relva. Já ali. 

E debaixo da arcada, o pote. Escorrido de amarelo. E para cá do vitral, o pote. Metade verde vidrado da boca à barriga; metade barro da barriga ao fundo. Em cima da mesa, do tampo de vidro. 
Debaixo da mesa, outro pote. Invertido. Colado ao vidro. Reflexo baço de sombra. 
Por detrás da mesa, a cadeira. Aqui. E eu sentada nela. 
E espero. Sentada. 

A espera faz-se tão longe! A potes.


12 dezembro 2024

Grilaria

 

1 grilo!

2 grilos; 3 grilos; 4; 5; 6; ... 10? ou mais, montes deles a saltar, ao abrir a cancela do jardim, nunca tal vi antes assim. 

É na garagem; das paredes ao telhado do sótão, pela noite dentro em estridente sinfonia, pior: tal gri-gritaria!

Dormir? qual quê?!... quem pode dormir com o som agitado destes mestres em grilaria?

Fazer o quê com tanto grilar? Quem pode aguentar toda a noite até ser dia?

Enorme cantoria: até na igreja - sacristia - em pedra negra de cantaria.

Grilos no jardim;

grilos no quintal;

grilos na minha cabeça...

Sacanagem!

E até no aeroporto no regresso da viagem.


11 dezembro 2024

Enfim




Chove. Enfim.
O guarda-chuva, perdido no fundo da mala, há muito que esperava para se abrir. Abriu-se. Enfim.
Tremeu. Abanou. Brrr! Quase se virou ao contrário.
Suportou, enfim, a dança dessa chuva tocada pelo vento numas cordas desafinadas, tão mal dedilhadas... e a um ritmo descompassado, de acordes tão imperfeitos quanto desvairados.
Enfim. Chove.
Quem nos acode?

poderá também gostar de:

Tons Maiores: