27 maio 2010

Das ovelhas não reza a estória



Ah, como eu gosto deles!
Não. Não e não!
Não sei nada.
Já não enxergo nada de nada.
Tudo o que antes me fascinava morreu.
Só os meus pastores de eleição me trazem cativa.
Como tudo neles é belo!
Até parece ficção!
Os seus olhos irradiam a luz do sol em raios de serenidade.
E paz.
E das suas vozes soltam-se arco-íris em bolas de sabão!
Ah, e então, até se quedam mudos os passarinhos ao ouvi-los cantar,
E se inclinam murchos os verdes prados quando os vêem passar!
Mas apetece-me desistir…
Uma dor sobrevoa-me as palavras
E não me deixa declarar tudo o que me morre na garganta.
É como uma sombra que me desfaz o verbo
E o tolhe de se expressar em flor,
Em amor, em luz, em ilusão, em pão.
Sim, é uma dor que se mistura com um grito e o seca.
Dor, angústia, revolta…
Então, não é que há por aí uma desmesurada corrosão
Em campos que perdem encantos
E se vestem de prantos?!
É que é quase obsceno algum ódio de estimação!
Parece que há como que uma castração…
Como se alguém que cala mais alto!
E ninguém percebe a minha aflição!
Tanta, que só me apetece dizer-lhes:
Vão dar banho ao cão!

(M.Fa.R. - 21.05.2010)

10 maio 2010

Assunto: Demissão de Deus




Um pedido de demissão de Deus é coisa que não lembra ao diabo. Mesmo estando esta Humanidade, definitivamente, desorientada. Talvez perdida, num mundo infestado de demónios. Quem sabe se a demissão de Deus não seria o que alguns quisessem, para depois poderem fazer tudo, mas tudo, o que bem (ou de mal) entendessem?! A estupidez humana não tem limites; e a irracionalidade é como uma doença que se apoderou dos Homens, que os turva de enxergar mais longe, mais Além do seu limitado horizonte.
Pois bem! Eu, Aquele que É, que sempre Foi, e que Está para voltar quando a pertinência chegar, mando dar a conhecer a toda a comunidade dos Homens que assim como fizerem, assim encontrarão.
Coloquei a liberdade nas suas mãos para que dela façam o uso que lhes aprouver. Mas eles, como animais que são, descendentes de animais, a nada mais parecem aspirar do que como animais viverem. É certo que nem todos. Há os que assim se dispõem, outros que se perdem por esquemas, e muitos outros que são vítimas dos sistemas. E também alguns ainda há, que são pequenos como crianças, que ainda têm almas puras e mansas. Não há uma só face: enquanto uma face da lua é negra, outra alumia na escuridão. Umas vezes em minguante, mas outras em crescente ou cheia da luz mais brilhante. Mesmo fazendo com que sombras se adensem. E pelo meio, milagres que ainda acontecem.
Mas, porque há quem prefira as sombras, os disparates sucedem-se.
Ah, humanidade corrompida que queres ser maior do que Deus, substituir-te a Deus!
Homens de fé desairada, que não precisais mais de Deus, que prescindis de Mim, interiorizai bem isto aqui, assim: Eu, Aquele que É, que sempre Foi, e que Está para voltar quando a pertinência chegar, obviamente, e porque outra coisa não seria de esperar, demito-Me de Me demitir! Digo e afirmo-vos isso, Eu, o Único que Sou o Princípio e o Fim!

(M. Fa. R. - 06.05.2010)

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