Não era o lugar nem o momento ideais nem oportunos. Talvez por isso. E o proibido é o mais apetecido. Aula de História Social. Um letreiro (convite a loucuras inconfessáveis): multas para quem fosse apanhado com:
“ (…) 2.º – Mão naquilo (15$00); 3.º – Aquilo na mão (30$00); (…) ”
Sorriram-se, sentados na última fila.
Ele lembrou-se daquela anedota do filho do maquinista: “O quê?... primeira classe e os bancos são de pau?”. Realmente… não dava jeito nenhum… Ainda assim, o mundo parava ali.
Olhou-a, como quem não sabe o que quer… mas querendo. Olhou-o, como quem não sabe o que faz… mas fazendo. Olharam-se, como quem não sabe nada de nada, mas sabendo bem. O desejo começava a ser forte!… Um botão. Não!... Sim, dizem os olhos. Bolas!… aqui não!... Sim… Aquela mão irradiava centelhas de calor que o trespassava até à medula. Sentiu um arrepio profundo a inundá-lo. Céus! A carícia tinha ido longe demais. Não conseguindo aguentar começou por deslizar também, disfarçadamente, a sua mão pelo braço da sua amada… pela perna, até ao joelho… depois para cima, lentamente, saia adentro…
De olhos fechados, saboreou com sofreguidão a embriaguez que se apoderava dele.
— Humm… Oh!... ... ... Raios parta o sonho!...
Estendeu o braço e encontrou-a. Subiu-lhe a mão, quente, por debaixo da camisola e alcançou-lhe o mamilo…
Ainda bem que ela estava ali, mesmo à mão de semear…