Pintura de Norberto Nunes
Poeta plural, desdobrado em diferentes identidades ou máscaras e, por conseguinte, em diferentes escritas com diferentes características, Fernando Pessoa é um escritor modernista português, nascido em Lisboa a 13 de Junho de 1988, de enorme valor da nossa literatura e da literatura mundial. As palavras são-lhe a vida.
E: Gostaria de começar por lhe perguntar porque é que se desdobra em diferentes personalidades ou heterónimos.
F P: Tenho um problema que é o de não me conseguir encontrar. Por isso, sou um ser fragmentado, com várias sensibilidades e realidades que coexistem em mim e comigo.
E: Podemos entender que, conforme as suas emoções do momento, assim adopta uma identidade diferente - ortónimo ou heterónimos?
F P: Antes de mais, sou um fingidor, um racional, distanciado de emoções…
E: É assim que decifra esse seu enigma de ser?
F P: Eu não sou! Eu sou um sonho de ser. Mesmo olhando-me a um espelho de águas paradas não me vejo a mim. Só vejo cansaço, inquietação, frenesim. Fragmentos.
E: Essa é a sua verdade!...
F P: A verdade é impossível de alcançar. Procuro-a incessantemente e sei que nunca a irei encontrar. Estilhaço-me, mas em vão… nem assim consigo pensar tudo, fazer tudo ou descobrir tudo o que quero. O mundo está inundado de coisas inatingíveis que não sei se são vontades ou pensamentos.
E: Então o que há a fazer?
F P: Agarrar a vida, o amor… não passar pela vida sem a viver condignamente. A vida de facilidades não é verdadeira vida. Os problemas da vida ajudam-nos a crescer.
E: Quer deixar-nos algumas palavras ou mensagem para 2010?
F P: Não lutes contra o que não pode ser de maneira diferente. Rodeia-te de coisas boas. “Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada.”
E: Gostaria de começar por lhe perguntar porque é que se desdobra em diferentes personalidades ou heterónimos.
F P: Tenho um problema que é o de não me conseguir encontrar. Por isso, sou um ser fragmentado, com várias sensibilidades e realidades que coexistem em mim e comigo.
E: Podemos entender que, conforme as suas emoções do momento, assim adopta uma identidade diferente - ortónimo ou heterónimos?
F P: Antes de mais, sou um fingidor, um racional, distanciado de emoções…
E: É assim que decifra esse seu enigma de ser?
F P: Eu não sou! Eu sou um sonho de ser. Mesmo olhando-me a um espelho de águas paradas não me vejo a mim. Só vejo cansaço, inquietação, frenesim. Fragmentos.
E: Essa é a sua verdade!...
F P: A verdade é impossível de alcançar. Procuro-a incessantemente e sei que nunca a irei encontrar. Estilhaço-me, mas em vão… nem assim consigo pensar tudo, fazer tudo ou descobrir tudo o que quero. O mundo está inundado de coisas inatingíveis que não sei se são vontades ou pensamentos.
E: Então o que há a fazer?
F P: Agarrar a vida, o amor… não passar pela vida sem a viver condignamente. A vida de facilidades não é verdadeira vida. Os problemas da vida ajudam-nos a crescer.
E: Quer deixar-nos algumas palavras ou mensagem para 2010?
F P: Não lutes contra o que não pode ser de maneira diferente. Rodeia-te de coisas boas. “Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada.”
(M. Fa. R. - 28.12.2009)
Gostei da entrevista a Fernando Pessoa: fragmentado, fingidor, racional.
ResponderEliminarBeijos.
Gosto da mensagem para 2010! vou pensar nisso.
ResponderEliminarBJs
*
ResponderEliminarPessoa
o fingidor da verdade,
,
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
,
in-Pessoa,
,
conchinhas,
,
*
Uma entrevista bem Pessoana, que poderia ter sido real!
ResponderEliminarParabéns.
Ola! Obrigado pela visita.
ResponderEliminarBem, o que vi foi estupendo. Pessoa é, e será sempre, uma grande voz a ser seguida e lembrada. Suas reminiscências são como trovões em dias de chuva: vemos o lampejo rápido, mas a lembrança permanece.
A entrevista criada ficou ótima! E a última pergunta foi conclusiva em todos os aspectos: "Não lutes contra o que não pode ser de maneira diferente". Devemos adotar a resignação perante as coisas que são o que são sem lhes alterar nada. Uma poética de vida excelente.
Gostei do teu blog. Esterei sempre por lá.
Beijos.
Lindo! Bebamos ao NOVO e Renovado Ano que aqui está! Que o saibamos aproveitar com um presente que se descobre em cada dia das nossas vidas!
ResponderEliminarGosto muito de Fernando Pessoa mas mais ainda do seu heterónimo Alberto Caeiro.
ResponderEliminarEsta entrevista está fantástica e muito bem pensada!
Conseguiste entrar no poeta e no homem quase indo ao encontro da sua obra "O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente,Que chega a fingir que é dor, A dor que deveras sente..."
Penso que foi exactamente por isso que ele criou tantos heterónimos: Para se salvaguardar dele mesmo e do que sentia.
Ás vezes penso que somos muitas vezes com pouco como ele. Bjs
Bem apropriada, a entrevista!
ResponderEliminarBom Ano, para si.
Beijinho
Pessoa é indubitavelmente certo.
ResponderEliminarRealmente torna-se difícil seguir-te nos teus diferentes registos, mas é sempre um prazer encontrar-te!
ResponderEliminarSoberba esta entrevista!
ResponderEliminarDesejo um fantástico 2010.
Beijinho
Todos nós
ResponderEliminarsomos Pessoa
Fá
ResponderEliminarminha amiga, gostei de passar por aqui beijinos
Se quizeres passar no meu humilde cantinho e ajudares agradeço
Beijinhos
Gosto do Fernando pessoa é o meu poeta preferido.
Fá,
ResponderEliminarTemos aqui claramente respostas e palavras de alguém que tem uma inteligência acima da média.
Bjs
Um beijinho
ResponderEliminarMer
Sorrisos...
ResponderEliminarFora do contexto, tudo é diferente...
Era muito inteligente e com notável intuição o que lhe permitiu traçar e defender o perfil psicológico das personagens que inventou...
Quem leu as cartas a Ofélia, não o chamaria de racional...
Sendo fingidor, não podemos acreditar no que disse, mas no que fez.
No entanto, um belo trabalho. Beijinhos
~~~~~~
Interesante saber, los grandes poetas y escritores siempre serán un madeja de ideas por descubrir, bueno a través de la obra se conocerán, linda semana 🌺💐🌸💐🌺🌿
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