15 setembro 2020

Há receios à espreita das janelas


Há receios à espreita das janelas.

Mas olhando fora delas,
para além dos vidros ou da falta deles,
vemos sol, luar, passarinhos, flores...
Mas também chuva, ventos e todos os temores.

O mundo tem o seu papel – branco do dia
De cor e luz: alegria;
Tem o negrume da noite, 
Das nuvens cerradas de trovoada;
O colorido de sangue e pó, sem desvelo,
Sem dó.

E busca-se um mundo de bom sabor,
que nem sempre vemos sorrir.

Quando se impõe a deriva, 
logo a tontura;
e não se consegue ver
poesia em janelas, olhos de alguém.
A tormenta é quase sempre maior.

Mas temos sempre de emergir,
Recobrar o fôlego todos os dias.
Quando uma pequena aberta se vislumbrar,
consiga-se esquecer a dor e passar.

Cor, muita cor é que se quer,
De luz e flores preenchida.
Que de escuros cinzentos anda cheia a vida.

17 comentários:

  1. Poeticamente belo. Pura sedução de leitura. Amei o contraste das palavras feita versos e poesia.
    .
    Um dia feliz
    Abraço

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  2. Boa tarde Fá,
    Um poema belíssimo.
    Que venham os dias claros e muitas, muitas cores para todos alegrar.
    Um beijinho.
    Ailime

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  3. Pues es cierto...ver por los ojos de la ventana , quizás se vea
    desde lo que nos anida en el corazón
    dependiendo de como esté instalado esa mirar de nuestra vida, o lo que estemos pasando
    ...a veces las brumas pueden más que lo bello
    que nos dona el día a dia floreciendo sin cesar
    en los jardines de la vida.

    un abrazo.

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  4. A vida clama por beleza e ela pode estar até em uma janela fechada, carcomida pelo tempo.A luz e a escuridão permeiam dias, mas também inspiram poetas.

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  5. Todos precisamos de mais cor, na verdade.
    Excelente poema, os meus aplausos pelo talento que estas tuas palavras revelam (e confirmam...).
    Beijo, querida amiga Fá.

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  6. Querida amiga Fá,
    existe vida dentro e fora das janelas. As vezes, dentro das janelas, a vida está cinza, sem vida, mas, sabemos que existe o outro lado das janelas, onde encontramos luz, beleza e cor.
    Onde a vida nova se faz presente.

    Beijos, suas janelas, fechadas ou abertas, sejam sempre cheias de vida, beleza, e colorida.
    Deus abençoe você sempre 🌷🌹

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  7. Quanta inspiração,Fá! Adorei! Parabéns! bjs, chica

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  8. Que poema ! É uma pérola de beleza
    bjos

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  9. Lindo post, Fa!
    Adorei os versos e a imagem da janela.
    Amo janelas assim.
    "Os olhos são as janelas da alma"
    O simbolismo delas na nossa vida é
    muito bonito como vc bem falou em seus versos.
    💋💭😃

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  10. Gosto da poesia das janelas e do seu texto poético, deste e dos anteriores...
    Sim, precisamos de luz, calor e sorrisos...
    Abraço grande.
    ~~~~

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  11. Afinal, a vida tem a cor que a gente pinta, não é mesmo?
    Belo poema.
    Um abraço.

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  12. Muito boa, essa construção poética! Sentida e profunda!

    Belo remate! Busca da cor que tanta falta vai fazendo...

    Beijinhos

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  13. Adorei ler, bela descrição do que se vive através duma janela.
    Bom fim de semana

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  14. Boa tarde de sábado, querida amiga Fá!
    Janelas que se abram para cores viçosas e sem medo de estarem assim...
    Que sua visão seja sempre veja na espreita numa delas!
    Tenha um ótimo domingo abençoado!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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  15. Belíssima inspiração, Fá! Temos mesmo de saber emergir... desta fase em que o mundo parece que anda à deriva!...
    Há sempre qualquer coisa de poético nos abandonos, para além de profundo... que também em fotografia, quase sempre resultam tão bem!...
    Adorei a excelente conjugação da imagem e das suas palavras, Fá!
    Beijinhos!
    Ana

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  16. Assim é vida cheia de contrastes tão bem colocados nesta linda poesia. Amei, bjssss

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  17. Olá, Fá,
    mas que belo poema! Fiquei a olhar primeiro
    a janela fantástica, antiga, envelhecida,
    e depois li o poema, um deu suporte ao outro,
    foto e poema!
    Gostei muitíssimo!
    Uma feliz semana,
    beijo

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«a vida, a meu ver, é polarizada entre a prosa – ou seja, as coisas que fazemos por obrigação, que não nos interessam, para sobreviver – e a poesia – o que nos faz florescer, o que nos faz amar, comunicar. E é isso que é importante.»
(Edgar Morin)
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